Lili.li.li's Journal, 08 March 2024

Final - PARTE 1

É chegado o momento, tão esperado, vou, de verdade, colocar um ponto final nesta história. Tentarei ser a mais direta possível, mas antes um sumário dos textos que nos trouxeram para o capítulo final.

O início foi uma síntese de como cheguei aos 147 quilos. Isso para compartilhar que, depois de muitos anos, eu usava uma calça jeans. Depois, achei que era relevante explicar sobre o radicalismo, intrínseco em mim, um importante fator no meu processo e como acabei com meu pior vício: a coca-cola zero. Prossegui externando sobre meu grande problema: a fritura de imersão. Então, relatei sobre receber um presente, corriqueiro em aniversários, que transformou completamente a minha vida.

Na verdade, em um contexto normal, receber um agrado de um irmão, no aniversário, não quer dizer nada além de um gesto carinhoso. Mas, a vida é feita de significados, tentamos achar sentido nas coisas. E a pessoa que me fez o afago jamais me daria algo que contribuísse para a minha condição de obesa mórbida. Por isso, encontrei uma explicação, por mais absurda que pudesse ser, e foi nessa "revelação" que eu senti a força que eu precisava para mudar o rumo da minha vida.

Pronto, com as ideias organizadas, é hora de contar como o meu maior inimigo, o açúcar, foi exterminado em um processo, onde a sanidade não tinha vez.

Infelizmente, no último texto, por deixar a mente livre, só consegui chegar ao meu armário da cozinha. Agora, só para completar, na geladeira, não tinha nada além de 3 garrafas de água, 2 kg de arroz, 2 pacotes de milho para pipoca, 1 manteiga, algumas balinhas, na porta da geladeira, e meio pacote de: macarrão, feijão fradinho e cuscuz. O freezer continha: 9 barras de alpino, meio quilo de filé de frango e muito coentro e suco de limão congelados. Um adendo, só para esclarecer, guardo alguns itens atípicos na geladeira por questão de conservação, o coentro e o limão por economia. Não resisto ao coentro a 1 real e nem os 2 reais por 10 limões. Para finalizar, havia óleo, azeite e alguns temperos no balcão do armário.

Iniciei o jejum intermitente, usando o aplicativo GoFasting, no protocolo 16h/8h, mas no dia seguinte passei para 20h/4h, só que sempre estendia para ficar 22 horas sem alimentação. Entretanto, mencionei em um relato anterior, que essa janela, de 2 horas, era apenas para almoçar e, em seguida, comer uma fruta trazida da rua. Só que, logo, percebi que a fruta não tinha espaço na dieta, pois, eu tinha que emagrecer "fechando a boca".

Então, passei a comer apenas arroz com frango ou feijão com frango. Fiquei nessa restrição desses itens por algumas semanas, mas ia aumentando o tempo do protocolo e diminuindo a porção no meu prato. Na minha cabeça, estava tudo, na medida do possível, transcorrendo bem. Perdi, em cerca de 2 meses, 14,6 quilos. Mas, na realidade, meu corpo estava cada vez mais fraco e a qualquer esforço físico sentia como se fosse desfalecer.

Evitava realizar algumas atividades, visto estar sempre cansada. Há um supermercado a menos de 800 metros de casa, sempre ia a pé e retornava de uber, caso as compras estivessem pesadas. Depois de umas semanas, nesse "meu jejum", fui ao supermercado e a caminhada rotineira mostrou-se um dos maiores desafios físicos que enfrentei.

Não sei como consegui chegar, mas longo que entrei, fui direto para área dos clientes sentar e tentar evitar que eu desabasse na loja. Não tenho ideia por quanto tempo, naquele ar refrigerado, fiquei aguardando... estava com tanto calor, uma agonia enorme! Só queria uma garrafinha de água gelada, que estava em uma mini geladeira bem na minha frente, mas não tinha forças para levantar e nem coragem de pedir ajuda. E isso me aborrece muito, pois não é anormal passar mal e solicitar assistência, mas, na minha situação, seria um atestado do que eu estava fazendo era errado.

Então, enquanto eu me recompunha, fiquei decidindo se retornava para casa ou ainda tentava pegar os itens que eu queria. Venceu a estupidez, que tenho demais, e na fila para pagar, novamente, senti que iria apagar. Consegui retornar para a cadeira, chamei o uber e em poucos minutos estava em casa.

Pronto, estava decretado o fim das minhas saídas a pé, não havia condições, não era seguro. Porém, na minha total falta de lucidez, ainda estava tudo bem. Porque, havia uber e eu ia a lugares que não eram quentes. O processo continuaria, sem mudanças, estava tudo "perfeito"!

Claro que, quando tinham compromissos, me alimentava bem melhor. Não podia deixar de cumprir meus deveres, mas dava para conciliar com meu novo estilo de, deterioração da, vida.

Se meu físico não estava respondendo bem, mentalmente estava muito forte e feliz! Perdia peso, e não me interessava se não era gordura que estava sendo eliminada, a única preocupação era com baixar os dígitos na balança.

Estava tão imersa em "fechar a boca", que outubro passou e eu nem me dei conta de um detalhe que só perceberia em novembro. A responsável por abalar e, por conseguinte, arruinar minhas dietas, a famosa TPM passou sem deixar rastro, nenhum vestígio. Em novembro, a menstruação chegou e a "loucura" que a precede não veio, imediatamente, lembrei que outubro foi de paz também. Fiquei pasma, incrédula, era mais de um mês sem consumir açúcar! Estava tão focada no propósito, que, se o corpo exigiu doce, não tive ciência. Essa foi a primeira grande batalha que venci!

Segui "firme e fraca", em novembro, comendo cada vez menos e com mais tempo de jejum. O peso continuava caindo e era apenas isso que importava.

Vou confessar uma coisa, para me auxiliar no processo de permanecer focada, apelei para um recurso incomum, projetei um cenário catastrófico na minha mente. Tinha consciência que eram errados esses pensamentos, mas eles me ajudaram. E se estou contando como foi o meu processo, não posso deixar de citar que trabalhei a minha cabeça com o intuito de enviar uma mensagem ao meu corpo. Só para deixar claro, agora, tenho noção da insanidade, mas na época eu apenas estava exausta de sempre lutar e toda vez perder.

Minha imaginação é fértil, admito, e usei esse recurso para inserir uma nova realidade que passei a viver. Parece loucura, eu sei! E não darei detalhes, porque tenho noção do ridículo. Apesar disso, reprogramei e aceitei que eu estava, em um local ermo, tinha acesso apenas a água abundante e arroz. Esse cenário invariavelmente me levou a outros dois, que prefiro não dizer, pois, é bem triste ter que me refugiar em situações tão extremas para poder emagrecer, é bem doentio.

Entretanto, compreenda que a essência dessa fantasia não tinha nada a ver com apetite, pois realmente não o tinha. Eu precisava evitar o desgaste físico. Meu corpo tinha que entender que eu não podia fazer absolutamente nada! Tínhamos (meu corpo e mente) que nos adaptar a "realidade" e racionar a comida era imprescindível, já que não sabíamos quanto tempo precisaríamos ficar "lá". Porém, meu problema veio logo em seguida, quando meu corpo não só entendeu a mensagem como reagiu a mesma.

Muito provavelmente eu encerraria a história nesta parte, mas como vou, ao menos desta vez, cumprir uma promessa irei continuar. No entanto, vou fazer outra postagem que colocarei minutos depois desta, porque, mesmo eu editando, ficou um texto grande.

Diet Calendar Entries for 08 March 2024:
1132 kcal Fat: 45.97g | Prot: 72.13g | Carb: 109.16g.   Breakfast: Goiaba, Ovo. Lunch: Óleo de Soja, Natural Tea Chá de Hibisco, Batata Inglesa Cozida, Bisteca de Porco Grelhada. Dinner: Natural Tea Chá de Hibisco, Óleo de Soja, Nestlé Aveia em Flocos Grossos, Cuscuz (Cozido), Charque, Quinoa, Sementes de Linhaça, Gergelim, Sementes Chia Secas. Snacks/Other: Castanhas-do-Pará, Castanhas de Caju. more...
3668 kcal Activities & Exercise: Bike Machine (Cycling) - 1 hour, Resting - 17 hours, Hiking - 1 hour, Sleeping - 5 hours. more...

9 Supporters    Support   


     
 

Submit a Comment


You must  sign in to submit a comment
 

Other Related Links

Members



Lili.li.li's weight history


Get the app
    
© 2024 FatSecret. All rights reserved.